terça-feira, 21 de abril de 2009

MEMORÁVEL FRASE/PENSAMENTO JURÍDICO DA SEMANA.

"Aos que insistem em não reconhecer a importância social e a nobreza de nossa missão, e tanto nos desprezam quando nos lançamos, com redobrado ardor, na defesa dos odiados, só lhes peço que reflitam, vençam a cegueira dos preconceitos e percebam que o verdadeiro cliente do advogado criminal é a liberdade humana, inclusive daqueles que não nos compreendem e nos hostilizam se num desgraçado dia precisarem de nós, para livrarem-se das teias da fatalidade.". Antonio Evaristo de Moraes Filho – Advogado.

Antônio Evaristo de Moraes Filho - (09.04.1933 - 28.03.1997)



Antonio Evaristo de Moraes Filho tinha 63 anos ao falecer em 1997 vítima de uma insuficiência renal provocada pela leucemia, faleceu no dia 28 de março de 1997 às 20h15.

Destes 63 anos, 43 foram dedicados aos famosos “tribunais de júri”, onde se notabilizou por vários casos com dimensões tão grandes que chegaram à imprensa. Entre os estudantes de Direito mais jovens, captou atenções por uma defesa inusitada. Contra a opinião pública e abraçado ao direito inalienável do cidadão à defesa, ele, um socialista convicto até a morte, aceitou representar o ex-presidente da República Fernando Collor de Mello no processo no Supremo Tribunal Federal. Após a vitória, traduzida pela absolvição de Collor, o advogado concedeu uma entrevista à TRIBUNA, onde apesar de confessar certa mágoa de uma incompreensão geral sobre o seu trabalho, ressalta o dever do profissional de Direito de garantir a defesa do cliente. Um dever colocado à prova em outras ocasiões em que foi testada sua popularidade, como o caso do naufrágio do Bateau Mouche , em 1988, quando defendeu os donos do barco.

Mas a trajetória de Evaristo de Moraes Filho, homônimo do pai, também grande advogado, inclui outros feitos. Durante os anos da ditadura militar, ele despontou como um dos principais defensores de presos políticos, valendo-se de seus conhecimentos na área do direito criminal, somados a uma verve inconfundível. E a humildade: depois de absolver Collor, afirmou à TRIBUNA que sua vitória seria conquistada por qualquer bom estudante de Direito. Não que estivesse a desmerecer o trabalho do então procurador-geral da República, Aristides Junqueira, e sim para demonstrar que não pode haver condenação sem provas concretas.

Quando agia na defesa de presos políticos, considerado por ele mesmo a sua grande atuação na vida profissional, não cobrava honorários. Ä defesa de um caso político é um ônus público", costumava afirmar. Evaristo teve como grande mestre na carreira o ex-ministro Evandro Lins e Silva, a quem chegou a enfrentar por duas vezes. A primeira, no caso Doca treet; e a segunda, no processo de corrupção contra Collor.

Louvado como um dos principais criminalistas do país, reconhecimento deferido inclusive por seus adversários nos tribunais, Evaristo defendeu outros três presidentes da República, e, além de advogado, foi professor universitário e jornalista.

Um comentário:

Hamilton Belloto Henriques disse...

Sem dúvida alguma um grande brasileiro, um exemplo a ser seguido pelos vocacionados da advocacia criminal.